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Construção de personagens femininas

Conversamos com Carolina Panta sobre a construção de personagens femininas e suas técnicas. Confira as dicas da escritora, que também nos falou um pouco sobre suas autoras e personagens femininas favoritas.

Carolina Panta nasceu em Porto Alegre no final da década de 80. Pós-graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem como principal ocupação profissional a sala de aula. Seu apreço pelo ficcional inicia-se no encantamento provocado pelas narrativas orais na voz do avô. Com o tempo, passa a navegar pela imensa estante de livros da mãe. Ancora-se, então, na faculdade escolhida - Letras. Por um bom tempo, mareado, permanece acomodada apenas ao prazer da leitura. A ficção, contudo, é um mar profundo que a convida ao mergulho. Assim, desatracada do conforto da observação na areia, parte, agora, em busca do que não se pode ver estando somente na superfície.

Confira abaixo a entrevista completa:

Quais técnicas você utiliza para criar uma personagem?

É importante, para mim, partir de uma biografia. Traçar possíveis caminhos que antecedem a chegada ao nó de vida, recorte literário, explorado pelo romance ou novela. Família, nível de escolaridade, a aparência física, gostos e costumes serão decisivos para as escolhas dos protagonistas e daqueles que os circundam.

Como criar uma personagem feminina?

Minhas personagens são recortes de muitas mulheres que conheci. Uma conversa descompromissada ou mesmo uma história retirada de uma página de jornal são o que alimentam a minha literatura.

Por onde começar a definir a personalidade da personagem?

Não faço personagens para serem amadas ou odiadas. Acredito que uma boa personagem traduz a essência de alguém que, nesse momento, pode estar lendo essas repostas. Ali, nas escrituras, estarão um pouco de todos nós.

Também a definição da personalidade passa em perceber o quanto acertos e erros provocados por escolhas,
influenciadas por visões de mundo, intervêm na narrativa.

O que define uma personagem feminina forte?

Uma personagem feminina forte é aquela que mais se aproxima do real. Nada de idealização, de ser exemplar. Ela precisa ter a humanidade de quem acerta e erra. Uma mãe dedicada pode esconder, em seu âmago, uma grande dor ou mesmo a vontade de fugir em determinados momentos. A empresária em um mundo masculino pode estar, também, a procura de um ombro para desabafar. Ser forte é estar viva, seja na literatura ou não.

Qual sua personagem feminina preferida na literatura e por quê?

Atualmente, Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, e seus encantos e desencantos, da infância à idade adulta.

Quais livros com personagens femininas fortes você indicaria para quem deseja começar a escrever e trabalhar com personagens femininas com destaque?

As Parceiras, de Lya Luft, é uma obra magnífica principalmente por apresentar o drama de uma família pela visão feminina. É bem importante, pelo menos para mim, que se faça o movimento de entender as personagens escritas por mulheres. Qualquer lista que se procure nos tempos de internet trará uma grande gama de mulheres desenhadas por homens. Algumas geniais, como a Capitu de Machado, outras mais fragilizadas pelos estereótipos da feminilidade.

entrevista com Carolina Panta

 

 

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