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Escrita de crônicas em formato de depoimento

Conversamos com Lola Carvalho sobre a escrita de crônicas em formato de depoimento e sobre o seu livro “Mãe Sem Limite”, que terá sessão de autógrafos no dia 06/11, às 19h30, na Feira do Livro de Porto Alegre.

Lola é mãe de Francisco (10) e Caetano (4). Como se conversasse com uma amiga, compartilha nos textos suas vivências enquanto gestante e mãe durante os primeiros anos dos filhos, as diferentes visões de uma mãe de primeira viagem e a surpreendente espera pelo segundo herdeiro. “O Mãe Sem Limite reúne crônicas divertidas e emocionantes sobre a maternidade real, seus desafios e conquistas. Mais do que um livro, é um convite para que as mulheres vivam esta fase tão incrível da vida com mais leveza, sem cobranças, sem culpa e sem limite”, declara.

- Você publicou as crônicas primeiramente no Facebook, certo? A recepção dos leitores motivou você a reuni-las em livro?

Na verdade, eu tinha um blog, o Projeto Cegonha, que criei quando engravidei do Francisco. De lá, surgiu o interesse de mais pessoas tomarem contato com os textos e, então, comecei a publicá-los no Face, onde o retorno era imediato. As pessoas liam e comentavam na hora, demonstrando muito interesse e também falando um pouco das suas experiências. Foi uma troca muito rica e não demorou para que as pessoas que me acompanhavam sugerissem que eu reunisse o material em um livro.

- Como foi a sua experiência de escrever um livro de crônicas em formato de depoimento?

É a forma que eu mais gosto de escrever. Desde pequena eu tinha diários ou pequenos blocos de anotações, onde eu relatava o que havia acontecido comigo. Meus sentimentos, minhas angústias juvenis, minhas desilusões e percepções sobre as coisas. Sempre tive coragem de me expor e escrever com verdade, usando as minhas experiências como fio condutor. O Mãe Sem Limite ser concebido desta forma foi um processo bem natural.

- Para você o que uma crônica precisa ter para chamar atenção do leitor?

Eu acredito muito que a crônica precisa ser fluida e gerar uma identificação imediata com o leitor. Gosto dos textos leves e que nos fazem rir, como os do Luis Fernando Verissimo ou da Claudia Tajes, que traduzem, de uma forma divertida e realista, temas que vivemos todos os dias em nossas próprias relações de amor, amizade e trabalho. É impossível não se identificar.

- Você sempre quis ser escritora ou a experiência com a maternidade que te trouxe essa vontade?

Eu sempre quis escrever, sempre sonhei em ter uma coluna fixa em algum jornal ou revista. Cheguei até a ter uma coluna sobre economia numa revista de bairro, que nem existe mais, durante a faculdade de jornalismo. Me lembro bem que a pauta era a alta do dólar, que na época em que escrevi estava no seu auge, valendo R$ 1,62. Mas quando eu engravidei e comecei a perceber todas as mudanças acontecendo com meu corpo, comigo e o impacto positivo que este novo momento estava causando na minha vida, decidi começar a escrever sobre o assunto. Não achava que os textos se tornariam um livro, mas no fundo eu tinha esse desejo, sim.

- Como os filhos e o marido, retratados no teu livro, lidam com a publicação das histórias?

No começo, havia uma certa insegurança por parte do meu marido, pois ele é uma pessoa bastante reservada, mais distante da exposição das redes sociais. Tivemos algumas conversas sobre como eu poderia seguir com meu desejo sem ferir os sentimentos dele e, então, chegamos a um consenso de tentar, na medida do possível, preservar nossa relação, nossa intimidade. Sempre que eu achava que algum texto pudesse trazer algum tipo de desconforto, eu mostrava para ele. Ele sempre foi o meu primeiro leitor. As crianças lidam super bem, mas não leram o livro ainda, pois é uma leitura mais complicada para a fase escolar em que estão. Talvez, quando lerem,tenham uma visão um pouco diferente. Espero que não precisem fazer terapia por isso.

- Qual a importância do curso de Formação de Escritores para a tua carreira literária?

Foi um divisor de águas na minha formação. Foi na Metamorfose, tendo contato com o Marcelo Spalding e todos os professores que fazem parte do curso, os quais tem uma carreira sólida e conseguem dividir este conhecimento de forma muito generosa, que eu pude enxergar o meu livro, perceber que eu tinha uma afinidade com a crônica, com o humor, com um texto mais solto. Conheci autores de todos os gêneros literários e aprendi sobre todos. Este conhecimento me levou a aperfeiçoar o meu próprio texto e desenvolver um livro que fizesse sentido para o que eu queria que meus leitores sentissem. E mais importante ainda é a visão e conhecimento que o Marcelo tem do mercado editorial, que me ajudou muito a definir meu modelo de publicação e começar a desenhar os desdobramentos do livro para outras frentes. O Mãe Sem Limite não seria este livro se eu não tivesse passado pelo Curso de Formação de Escritores.

- Quais os autores que te influenciaram e que você gosta de ler?

Eu sempre amei ler Luis Fernando Verissimo, Lia Luft; me apaixonei pelo texto da Claudia Tajes, que segue sendo uma das minhas maiores referências. Tive momentos de uma leitura mais densa com José Saramago, Gabriel Garcia Marquez, Clarisse Lispector, Guimarães Rosa. E, na Metamorfose, tomei contato com a obra do Daniel Galera, que me surpreendeu com a narrativa dinâmica e todas as referências de Porto Alegre que ambientam as histórias.
E, agora que pretendo adaptar o Mãe Sem Limite para uma peça de teatro, estou voltando minha atenção à Claudia Tajes novamente.

Entrevista com Lola Carvalho

 

 

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