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Conversa com uma agente literária

Elaine Maritza é uma das mais reconhecidas agentes literárias do Rio Grande do Sul. Sua experiência no mercado editorial é reconhecida através dos muitos livros premiados e selecionados pelo PNBE (Programa Nacional Biblioteca Escola do Governo Federal, que compra e distribui livros pelas escolas públicas do País) editados por ela nos últimos anos. As perguntas abaixo foram formuladas pelos participantes da Oficina do Livro Online

Escrita Criativa: Quais as chances de um autor iniciante publicar o seu primeiro livro por uma editora? O primeiro livro deve ser uma autopublicação, para só então tentar espaço numa editora? (pergunta de Paulo de Sá)

Elaine Maritza: Penso que o melhor caminho é sempre buscar uma editora, embora não seja fácil. Se o texto tem mesmo qualidade e/ou apelo comercial, as chances são boas. Outro caminho que aconselho sempre é a participação em concursos e também em oficinas (algumas delas têm publicação).

A publicação independente é complicada, porque não passou, na maioria das vezes por uma leitura crítica, pelo crivo de um leitor crítico e isso tira muito da credibilidade da publicação. Mas se a alternativa for pela publicação independente, é importante que o autor profissionalize a produção, buscando profissionais competentes na área, evitando a publicação "de fundo de quintal". E é bom lembrar que, se optar pela publicação independente, o autor terá de administrar a distribuição, sob pena de ficar com os livros "debaixo da cama".

EC: Agentes literários trabalham apenas para escritores ou as editoras também têm um agente literário? Qual a maior vantagem para uma editora contar com um agente literário? (pergunta de Josiane Dallagnese)

Elaine: Agentes literário atuam tanto junto a escritores quanto junto a editoras. Alguns autores não querem se ocupar do trabalho de buscar editoras ou não conhecem editores e preferem deixar que um profissional faça esses contatos. Nesses casos, entregam seus textos a um agente, que buscará a publicação e, geralmente, discutirá contrato e acompanhará a produção.

Há editoras que buscam agentes quando têm interesse em algum agenciado. E há um trabalho que não é necessariamente de agente, que é a captação de textos. Nesse caso, a editora chama alguém para buscar textos/autores a partir de temas, de projetos ou de editais de compras de livros.

A vantagem que a editora tem em contratar alguém para captar textos e autores é que geralmente esse profissional tem muitos contatos e boa "circulação" no meio, podendo, dessa forma, ter mais sucesso na captação. E também porque as editoras, às vezes, optam por um editor mais técnico, que está mais capacitado para acompanhar a produção e menos para a leitura crítica e a seleção de bons textos. Assim, decide por terceirizar a seleção.

EC: Como é a remuneração de um agente literário? É calculado sobre as vendas das publicações ou há honorários extras? (pergunta de Douglas Ceccagno)

Elaine: Há variações, mas, no agenciamento de autores, o mais comum é que o agente fique com um percentual dos direitos sobre as vendas. No caso de captação de textos a pedido da editora, pode-se combinar um valor fixo por texto aprovado e ainda um percentual sobre as vendas. Mas isso depende muito de negociação.

EC: De que maneira você seleciona os escritores com quem pretende trabalhar? (pergunta de Douglas Ceccagno)

Elaine: Tenho trabalhado mais com LIJ e trabalho em dois formatos:

1. A editora me contrata com uma demanda específica, querendo textos sobre determinado tema, textos para uma faixa etária ou textos de determinados autores. De acordo com a demanda, vou atrás.

2. A partir de textos que alguns autores me entregam para agenciamento, analiso os catálogos das editoras e pesquiso onde aqueles textos podem se encaixar.

Meu critério é sempre a qualidade do texto, claro.

EC: Que garantias o agente literário pode oferecer ao escritor de que o trabalho - apresentação do livro a diferentes editoras, por exemplo - está realmente sendo feito? (pergunta de Douglas Ceccagno)

Elaine: Quando um autor procura um agente, presume-se que ele tenha recebido referências.

É uma relação de confiança mútua. Também o agente deve estar seguro de que o autor não apresentará o texto a uma outra editora, que aquele texto de fato é de sua autoria... Enfim, poderia aqui elencar inúmeros "senões", mas o que se imagina é que não deve existir a priori esse tipo de desconfiança. Se houver, é melhor que a parceria não se estabeleça.

EC: Em que momento um agente literário desiste de tentar vender um livro às editoras, e como o escritor fica, nesse caso? (pergunta de Douglas Ceccagno)

Elaine: Vale salientar aqui que não sou uma agente literária nos moldes das grandes agências. Eu faço o agenciamento porque alguns escritores amigos me pediram informalmente e comecei a fazê-lo. Nessas parcerias, o que mais vale é a confiança mútua. Quando vejo que não é possível encontrar a publicação, devolvo o texto. Trabalha-se com um prazo e, findo o prazo, o texto é devolvido.

EC: Gostaria de saber se é mais difícil uma boa editora se interessar em publicar um livro de poesias. (pergunta de Valentina Monteiro)

Elaine Maritza - O problema da poesia, infelizmente, é o pouco apelo comercial. As editoras publicam pouco, porque, afirmam, poesia não vende. É, portanto, mais difícil conseguir a publicação de um livro de poesia do que narrativa. A menos que seja poesia para crianças.

entrevista com Elaine Maritza

 

 

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